terça-feira, 27 de outubro de 2009

O AVESSO DO AVESSO

Quando sentei aqui no computador para escrever uma crônica sobre os 70 anos do cantor e compositor baiano Tom Zé lembrei com os meus botões que Gilberto Gil disse um dia que não havia mais nada a dizer sobre o luar. Então pensei com os meus botões: será que eu ainda tenho alguma coisa a dizer sobre Tom Zé, o outro Tom?
O primeiro artigo – “O brilho da antiestrela” – escrevi em 1986 quando ele, esquecido, comemorava os seus 50 anos. Foi um artigo de página inteira no Caderno 2 do “Estadão”. Lá eu derramava elogios ao genial inventor injustamente colocado para escanteio.
Lá, contava muitas histórias sobre ele. Histórias de quando Tom Zé ainda se chamava Antônio José Santana Martins e entrou em cena pela primeira vez lá na Bahia para participar de um programa de calouros chamado “Escada para o Sucesso”. Só pra chatear cantou a música “Rampa para o Fracasso” − e foi um sucesso.
Contava a história de quando o vi pela primeira vez na televisão ainda em preto e branco. Ele tinha 29 anos de idade, muitas idéias na cabeça e nas mãos uma Viola de Ouro, o prêmio máximo do Festival da Record. Acanhado e atônito, ele dizia simplesmente : “Estou com saudade da minha mãe ... muita saudade da minha mãe!”
Contei que ele saiu dali do Teatro Record, comprou um Simca Chambord e danou a andar pelas ruas da maior cidade da América do Sul, escutando a todo momento no rádio do carro o seu grande sucesso que dizia assim: “São 8 milhões de habitantes/ De todo canto e nação/ Que se agridem cortesmente/ Correndo a todo vapor/ Amando com todo ódio/ Se odeiam com todo amor/ São São Paulo meu amor”.
Terminava o artigo contando que Tom Zé iria comemorar os 50 anos com um show bem simples no Teatro Caetano de Campos, na Praça da República, e que o ingresso custava 8 cruzados. Disse ainda: “Você vai ver o aniversariante comemorando meio século com a música “Só”, que é a sua cara : “Na vida quem perde o telhado / Em troca recebe as estrelas”.
Era o caso de Tom Zé .
Depois disso veio o convite para ele fazer uma crônica semanal para o Caderno 2, o que ele cumpriu com uma pontualidade britânica. Muitos anos depois, sentado na sala da sua casa, meus olhos encheram de lágrimas quando ele me revelou que naquela época a crônica que publicava no Caderno 2 era tudo na sua vida. Acordava toda terça-feira bem cedinho e corria até a banca da esquina para comprar o “Estadão” e ver ali suas palavras impressas, ainda cheirando tinta.
Amizade feita, confesso que ir à casa de Tom Zé passou a ser um dos grandes prazeres que tenho. Ele nunca pegou o violão e cantou nada pra mim. É só conversa, conversa que não acaba mais. Um dia fui lá comer com ele e a mulher, Neusa, uma abóbora à moda baiana que nunca mais me esqueci.
Passar uma manhã na casa de Tom Zé é não ter vontade de ir embora nunca mais. São tantas as histórias que ele conta e um outro tanto que sempre fica para a próxima visita que dá vontade de, do elevador, voltar e sentar novamente.
Gosto de ficar ali observando dependurada na parede da sala uma foto numa moldura oval: Tom Zé recém-nascido vestindo uma camisolinha branca, coisa que usava muito há 70 anos. Gosto de ver o vai-e-vem das maritacas que pousam na janela do seu apartamento fazendo a maior algazarra. Ele coloca comida para as aves que vivem soltas mas fazem questão de visitá-lo todos os dias.
Numa dessas visitas que fiz a Tom Zé descobri que ele guarda em casa fotografias da minha neta Flora. De tempos em tempos ele me cobra uma mais recente. Ele cobra e muitas vezes fico na promessa. Mas hoje prometo que vou mandar uma novinha em folha como presente de aniversário. Afinal de contas , Flora está fazendo 9 anos e Tom Zé 70. A diferença é muito pouca .
Escrevi tudo isso e esqueci de contar que Tom Zé está lançando disco novo. O título é “Danç-Êh-Sá”. O primeiro subtítulo é “Dança dos Herdeiros do Sacrifício”. O segundo, “7 Caymianas para o Fim da Canção”. Quem mandou Chico Buarque dizer que a canção acabou? O novo disco de Tom Zé é sem palavras. Pra que palavras para um bom entendedor?


ana luiza

TRADICIONAL!

Já se foi o tempo em que entrávamos no Armazém Santa Terezinha e pedíamos ao ‘seu’ Mário:
- Por favor, um quilo de arroz.
Hoje, quando entramos num grande supermercado da vida para comprar um singelo saquinho de arroz, deparamo-nos com um verdadeiro teste de múltipla escolha. Que arroz escolher? Tipo 1, tipo 2, tipo 3, agulhinha, selvagem, sete grãos ou arbóreo?
E não é só o pobre do arroz que criou filhotes. Lembra do tempo em que feijão era só o roxinho, o preto e o manteiga. Além desses três, hoje podemos escolher entre o feijão jalo, o rajado, o rosinha, o carioca, o carioquinha, o pérola, o princesa, o aporé e o mulatinho.
Outro dia entrei numa farmácia para comprar um simples fio dental e dei de cara com uma prateleira que me oferecia o Reach Clean Paste, o Total Care, o Reach Expansion Plus, o Reach Clean Paste Anti-tártaro, além do fino, do extrafino e de uma tal fita dental.
De repente tudo se multiplicou. Aquele famoso Toddy que tomávamos todo dia não é mais um simplório Toddy que tomávamos todo dia. Agora temos o Toddy Light, o Toddy tipo italiano, o Toddy tipo suíço, o Toddy três em um, além de um trocadilho que se chama Toddyferente que não faço a menor idéia de que gosto tem.
Nenhum produto escapou da onda. Até o sal de frutas Eno, aquele que nos aliviava da ressaca, agora tem sabores: laranja, limão e guaraná.
Lembra quando lançaram o caldo de carne e o caldo de galinha em cubinhos? Pois é, o que era apenas um cubinho de caldo de carne e um cubinho de caldo de galinha agora viraram caldo de galinha com alho, cebola e salsinha, caldo de galinha caipira, caldo de frango, caldo de frango caipira, caldo de legumes, caldo de legumes com bacon e louro, caldo de picanha e caldo de costela.
E o queijinho Polenguinho? Acha que está sozinho na prateleira do supermercado? Que nada! Agora temos o Polenguinho Requeijão, o Light, o Light Fibras e Cálcio, o Cheddar, o Gorgonzola, o Provolone, o Gruyère e o Polenguinho Pizza!
Até na hora do banho vem a dúvida. Eu, que sempre amei o sabonete Nivea, agora me encontro diante de um dilema: Nivea Verão, Leite ou Erva-Doce? Como se não bastasse ter de escolher entre esses três, vieram com mais cinco diferentes. Cinco! Nivea Romã e proteínas do leite, Bambu e flor de laranjeira, Flores e Aloe Vera, Magnólia e óleos especiais e também Camomila e flores de algodão.
Chega de estresse na hora de ir ao supermercado ou à farmácia. Tomei uma decisão na vida: só vou comprar o arroz tradicional, o feijão tradicional, o Toddy tradicional, o fio dental tradicional, o sal de frutas Eno tradicional, o Polenguinho tradicional. Só compro produto que tiver no rótulo a palavra tradicional. Já o caldo de galinha, confesso que estou em dúvida. Será que compro o caldo de galinha só galinha ou o caldo de galinha caipira?

Ass:Larissa Giovana Côrtes Nery

HARLEI DAVID SON!

Muito prazer: Harlei David Son!

Nomes estranhos sempre existiram e não é de hoje. Fico imaginando, por exemplo, se tem algum inglês chamado Help porque aqui no Brasil tem Socorro. Ultimamente anda aparecendo cada nome de tirar o chapéu! Quer alguns exemplos? Erriporter, Aga Esterna, Kalifórnia Drim, Maycom Gerquiçom, Istiveonder e Harlei David Son, quem sabe uma tentativa de homenagear a famosa marca de motocicleta?Com o passar do tempo, alguns nomes desapareceram do mapa: Conceição, Geralda, Sebastiana, Raimunda, Aparecida e a famosa Socorro! Quando nomes entram na moda, sai de baixo! Na década de 80, eu me lembro muito bem, só nasciam nomes bíblicos: Tiago, Mateus, Lucas, Daniel. A moda agora é Murilo, já perceberam? Só essa semana nasceram três por aqui.Mas eu estou aqui para levantar uma questão: por que será que os ricos resolveram dar nome de pobre aos filhos? Lembram quando pobre se chamava Joaquim, João, José, Pedro, Antônio? Agora só rico têm esses nomes. É só dar uma espiada na revista Caras que você vai topar com a mãe do Joaquim, o pai do João, a vovó do José. Ficou chique.Enquanto isso os pobres deram asas à imaginação. Não tem um filho de Deus pobre que nasce hoje com um nome comum, tipo Roberto, Maurício, Carlos, Márcio. De repente lá vem um Vandercleison!Todo filho de pobre hoje tem nome estrangeiro. É um tal de Giovana, Luigi, Kely, Marie Pierre, Giancarlo, Mary, impressionante! E tudo com dois LL, com dois MM, com um monte de YY. Antigamente era a Raimunda que subia o morro com a lata d´água na cabeça. Hoje você dá uma olhada pro morro e lá vai a Maryland subindo a ladeira.E os hippies? Estava me esquecendo de falar dos coitados dos filhos dos hippies. De vez em quando eu topo por aí com um Orvalho, uma Lua, um Sereno, um Sol. Mas pensando bem, num país onde o presidente chama-se Lula, o sambista é Zeca, o jogador de futebol é Kaká, o escritor é Chico, vale tudo não é mesmo?
Ass:Patrícia Melo Da Silva

O QUE É CRÔNICA? POR PATRÍCIA E LARISSA

Cronica é um genero literario produzido essencialmente para ser veiculado na impresa, com o intuito de informar, e fazer pessoas refletirem sobre o assunto citado. nelas se falam sobre fatos comuns.
ass.patricia e larissa

ALBERTO VILLAS POR LUCAS E FERNANDA



Alberto Villas
O jornalista Alberto Villas nasceu em Belo Horizonte em 1950. Decidiu-se pela carreira ao vencer em 1970 o Concurso de Contos do Estado do Paraná. Formado em Paris, onde viveu por seis anos, colaborou com quase todos os jornais alternativos da época. Em 1980 voltou para o Brasil, onde trabalhou em O Estado de S. Paulo, Rede Bandeirantes, SBT, TV Manchete e Rede Globo de Televisão, onde hoje é editor do Fantástico.
O Alberto Villas é um ótimo cronista tanto q já até apareceu no Mais Você.
Eu gostei mto dessa crônica (ILUSTRE PASSAGEIRO) e acho q vcs tbm vão gostar.
Ele escrevia diarios contando sobre a sua familia durante anos.
Ass:Fernandinha


A FILHA LOIRA

Uma mãe fala com sua filha:
-Filha hoje vc vai sair com seu namorado,então vc toma cudado,pois na hora que ele for subir em cima de vc e for desonrrar nossa família vc não deicha!
-Ta bom mãe,vou ouvir seu conselho
No outro dia...
A mãe pergunta para a filha:
-Filha vc não deichou ele desonrrar sua família não né?
-Não mãe,quando ele foi subir em cima de mim e foi desonrrar nossa família,
eu subi em cima dele e desonrei a família dele!
Aluna:Maiara

LUIS FERNANDO VERÍSSIMO POR MAIARA

Luis Fernando Veríssimo (nascido em Porto Alegre, 26 de setembro de 1936,signo libra)escritor brasileiro, filho do também escritor Érico Veríssimo.Produz textos de humor em jornais brasileiros,produz crônicas publicadas em livros.Tendo passado por escolas nos Estados Unidos quando morou lá, em virtude de seu pai ter ido lecionar em uma universidade da Califórnia, por dois anos. Voltou a morar nos EUA quando tinha 16 anos, tendo cursado a Roosevelt High School de Washington, onde também estudou música, sendo até hoje inseparável de seu saxofone.
É casado com Lúcia e tem três filhos.Aluna:Maiara

LUIZ VILELA POR MAIARA

Luiz Vilela nasceu em Ituiutaba (MG), em 1942. Aos 24 anos, estreou na literatura brasileira com o livro de contos "Tremor de Terra", e com ele ganhou, em Brasília, o Prêmio Nacional de Ficção. Foi premiado também no I e no II Concurso Nacional de Contos, do Paraná, e recebeu ainda o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, para o melhor livro de contos do ano, com "O Fim de Tudo". Suas obras já foram traduzidas nos Estados Unidos, Alemanha, França, Inglaterra, Itália, Suécia, Polônia, República Tcheca, Argentina, Paraguai, Chile, Venezuela, Cuba e México. Outros livros do autor: "No Bar" (contos), "Tarde da Noite" (contos), "Contos Escolhidos", "Lindas Pernas" (contos), "O Inferno é Aqui Mesmo" (romance), "O Choro no Travesseiro" (novela), "Entre Amigos" (romance), "Uma Seleção de Contos", "Contos", "Os Melhores Contos de Luiz Vilela", "Graça" (romance), "O Violino e Outros Contos", "Te Amo sobre Todas as Coisas" (novela) e "Contos da Infância e da Adolescência".Aluna:Maiara