domingo, 20 de dezembro de 2009

BOAS FÉRIAS!

Olá pessoal,
Valeu demais por esse semestre viu? Gostei muito desse GTD, do blog, da participação de vocês e tudo mais...
Ano que vem tem mais...
Estou querendo manter esse blog só que com a nova turma que virá em 2010.
Espero que vocês continuem acessando o nosso blog, comentado e lendo cada dia novas crônicas.
Desejo uma excelente férias a todos, vocês merecem descanso e nós também (principalmente nós :P... rsrs)!!!

esperem que em breve postarei as nossas gravações (provavelmente só em fevereiro...fiquem de olho)!

Beijos e Abraços,

Professora Sara Villas

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

AUTORES TRABALHADOS EM 2009! POR MATHEUS

Luiz ilela
Luis Fernando Verissimo
Antônio Prata
Alberto Villas
Mario prata

terça-feira, 24 de novembro de 2009

ALGUNS DOS LIVROS TRABALHADOS EM 2009! POR ANA GABRIELA

Alberto Villas:
Luiz Fernando Veríssimo:
Mário Prata:
Luiz Vilela:

Antonio Prata:



MISSÃO GRAVAÇÃO!

nA SEMANA QUE VEM IREMOS FINALMENTE GRAVAR O NOSSO PROGRAMA DE CRÔNICAS, PARA ISSO TEMOS QUE FAZER UM PREPARAÇÃO BEM BACANA. ASSIM, ORGANIZAREMOS O NOSSO TRABALHO DA SEGUINTE FORMA:

1) MAIARA - APRESENTAÇÃO DO GTD (O QUE FIZEMOS NO GTD/ O BLOG/ OS AUTOPRES TRABALHADOS)

2) JENNIFER - O QUE É O GÊNERO CRÔNICA?

3) APRESENTAÇÃO DOS AUTORES
- LUIS FERNANDO VERÍSSIMO- MARJORIE
- LUIZ VILELA - JÚLIA
- ALBERTO VILLAS - FERNANDA/ ANA LUIZA
- MÁRIO PRATA - PATRÍCIA / LARISSA
- ANTÔNIO PRATA - LUCAS

4) IMAGENS DOS AUTORES - MATHEUS

5) IMAGENS DOS LIVROS - ANA GABRIELA

6) CRÔNICAS INDIVIDUAIS NA SEGUINTE ORDEM:
- JÚLIA/ JENNIFER FILHO É BOM MAS DURA POUCO (MÁRIO PRATA)
- LUCAS/MAIARA CATÁSTROFE (LUIZ VILELA)
- MATHEUS QUANTAS NOTAS VERMELHAS VOCÊ TIROU? (ALBERTO VILLAS)
- FERNANDA ELA É MUITO PRAFRENTEX (ALBERTO VILLAS)
- ANA LUIZA O FILME É UM ABACAXI! (ALBERTO VILLAS)
- MARJORIE GAROTA, VOCÊ É LINDA, MUITO LINDA (ANTÔNIO PRATA)
- PATRÍCIA TO FRITO (ALBERTO VILLAS)
- ANA GABRIELA E PEDRO LIXO (LUIS FERNANDO VERÍSSIMO)
- LARISSA E ANA CLARA DIÁLOGO DE TODO DIA (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE)

BOM TRABALHO!!!!!!!

domingo, 15 de novembro de 2009

MARIO PRATA POR MATHEUS

Mario Prata

Mário Alberto CampMorais Prata os de (Uberaba, 11 de fevereiro de 1946) é um escritor, dramaturgo e jornalista brasileiro.

Foi criado em Lins, interior de São Paulo. Com dez anos de idade já escrevia "numa velha Remington no laboratório de meu pai (...) crônicas horríveis, geralmente pregando a liberdade e duvidando da existência de Deus". Nesse período de sua vida, era o redator do jornalzinho de sua classe na escola. Sendo vizinho de frente do jornal A Gazeta de Lins, com catorze anos começou a escrever a coluna social com o pseudônimo Franco Abbiazzi.

Passou, com o tempo, a fazer de tudo no jornal, desde editoriais a reportagens esportivas e artigos de peso. O escritor Sérgio Antunes, seu amigo nessa época, disse que Mário era um molecote de "voz de taquara rachada e aparelho nos dentes". Além de escrever, Mario se dedicava ao tênis e, defendendo o Clube Atlético Linense, acabou sendo o campeão noroestino infantil na década de 1960.

Lia tudo o que lhe caía nas mãos, em especial as famosas revistas da época O Cruzeiro e Manchete, que traziam em suas páginas os melhores cronistas da época, como Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Henrique Pongetti, Rubem Braga, Millôr Fernandes e Stanislaw Ponte Preta, uma vez que em Lins, naquela época, "não chegavam os grandes clássicos", como disse o autor. Daí a forte influência que os citados cronistas tiveram em seu estilo.

Sua estadia em Portugal, onde morou por dois anos, deu origem a um de seus grandes sucessos no Brasil, o livro Schifaizfavoire, espécie de dicionário do português falado pelos portugueses. Lá, nesse período, realizou diversos trabalhos para a RTP (Rádio e Televisão Portuguesa). Atualmente mora em Florianópolis e diz que gosta de escrever de manhã e "careta", uma herança adquirida nos tempos em que trabalhou no Banco do Brasil

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

OS JOVENS

“Primeiro foi a minha filha, a Maria, já com mais de 20 anos. Havíamos combinado de jantar juntos, quando ela me liga:

- Mudança de planos. Vou ao cinema com umas amigas. Quer ir junto?

Não, eu não queria, queria sair sozinho com ela, matar as saudades, trocar abobrinhas. Digo que fica para outro dia. Ela insiste.

- Vamos, pá. Vai ser bom. Vai o pai de uma amiga minha. Vocês podem ficar brincando juntos.

Entenderam a sutileza da fala dela? Estava me devolvendo todas aquelas vezes em que eu insistia com ela (quando ela era uma criança) para sair com os meus amigos e jogava na cara dela: ele tem uma filhinha da sua idade, você pode ficar brincando com ela.

Só rindo e aceitando. E entendendo quantas vezes ela não saiu comigo diante de tal argumento, tendo de ficar brincando com a filha de alguém. Sem reclamar, na maioria das vezes.

Pois no domingo foi a vez do irmão dela, o Antonio. Estávamos na casa do Mateus (aquele de segunda-feira) fazendo uma visita pelo nascimento do Samuel. Todo mundo bebendo, menos eu. Quero ir embora, dou um toque no meu filho e ele me solta esta:

- A saideira! (e sorrindo para mim) Lembra?

Lembrava, claro. Quantas e quantas vezes, coitado, ele ainda pequeno, querendo ir dormir e eu com os meus amigos pedindo que ele esperasse a saideira. E a saideira, como todo mundo sabe, são (pelo menos) três garrafas.

O interessante das gozações dos dois pra cima do velho pai é que aconteceu um fenômeno engraçado nas nossas relações. Hoje, todos adultos, eles são amigos dos meus amigos e eu dos amigos e amigas deles. Nivelamos na idade e nas amizades. Fui ao cinema e fiquei brincando com a pai da amiga da Maria e esperei várias saideiras do Antonio e dos meus amigos.

E estes dois casos fazem a gente pensar e rever a maneira como educamos os nossos filhos, algumas vezes baseados nas nossas necessidades e nossos momentos, colocando as crianças dentro deles. E eles esperaram, calados e submissos (até certo ponto), para dar o troco. E deram com humor e amor.

Quantas coisas a gente não deve ter dito para eles, sem pensar muito no que eles achavam daquilo? Quantos momentos não impusemos, sem pensar neles?

Ainda bem que eles levaram tudo isso numa boa.

E, por falar no nascimento do Samuel Shirts, outra filha do Mateus, igualmente Maria, mandou um e-mail para todo mundo participando a efeméride.

Hoje, com 12 anos, referindo-se a mim, no texto, disse “O Prata, que um dia foi meu padrinho”. Um puxão de orelhas no padrinho que achava que depois dos 10 ela não fosse mais dar bola para este negócio apadrinhamento. Ledo engano. E, pensando bem, tenho sido mesmo um mau padrinho. É que eu fico achando, afilhada Maria, que vocês vão mudando enquanto crescem. Mas parece que não. Vocês, você, o Antonio e a minha Maria, continuam nos vendo do mesmo jeito, tenham a idade que tiverem. E esperando o momento de retribuírem, com humor e carinho, os nossos erros do passado.

Que vocês me desculpem se fui tão autoritário num passado ainda recente para mim. E que continuem sempre a me darem toques. Somente assim vamos manter vivos o carinho, o respeito e o amor entre nós.

Obrigado por existirem. E tomem tantas saideiras quanto quiserem. Que eu estarei sempre ali do lado, esperando, vendo vocês crescerem e eu virar criança outra vez. Obrigado por existem e crescerem ao meu lado.”

CRIAÇA DIZ CADA UMA... POR MÁRIO PRATA

Há muito tempo atrás o jornalista e dramaturgo Pedro Bloch tinha uma página na revista Manchete com o título acima. Contava histórias engraçadas e inusitadas acontecidas com crianças que passavam pelo seu consultório.

Outro dia achei uma revista dos anos 60 e me diverti muito com o Bloch. E me lembrei de histórias recentes com filhos ou filhas de amigos meus que, tenho certeza, o velho jornalista não titubearia em manchetá-las.

*

O protagonista da primeira delas é o Antonio (homenagem ao meu filho?), filho da velha amiga Maria Emília Bender, digníssima editora da Companhia das Letras e o grande italiano Lorenzo, ilustre professor de música na Universidade de São Paulo.

Antonio, seis ou sete anos tinha o aniversário de um amigo, o Bruno, lá num daqueles bufês no Itaim. Festa das seis às nove da noite. O pai Lorenzo, conhecido por suas distrações cá no Brasil, ficou de levar o garoto ao tal bufê. Depois iria pegar a Emília, iriam a um cinema e voltariam para buscar o menino.

E assim foi feito. Lorenzo deixou Antonio no bufê, pegou a esposa e foram para o cinema. Nove da noite, conforme o combinado, foram buscar o pimpolho. Tocaram a companhia, veio o menino.

Já no carro:

- Tava boa a festa do Bruno, filho?

- A festa tava boa, só que você errou de bufê. Era aniversário de uma menina que eu nunca tinha visto na vida. Mas foi legal. Ajudei até o mágico. O nome dela é Andréa.

*

A segunda história é da minha mais recente afilhada, a Maria Shirts, filha do Mateus e da Silvinha.

Deu-se que o pai da Silvia morreu, o velho e bom Lori. Maria, cinco anos, insistiu em ir ao velório ver o avô morto. Foi levada (nos dois sentidos).

No colo da mãe ficou ali alguns segundos, olhando para o avô. A sala cheia. De repente ela pergunta bem alto, como são, geralmente, as perguntas impertinentes:

- Mãe, como é que ele sabe que morreu?

Risadas filosóficas e generalizadas.

*

Já disse que meu filho se chama Antonio. Um dia, ele tinha uns quatro anos, dei uma bronca nele sei lá porque e ele me xingou, feroz:

- Você é uma anta!!!

No que eu, sem perder a calma, perguntei:

- Ah, é? E quem é filho de anta, o que que é?

Pensou dois segundos e me desarmou completamente:

- Filho de anta é... é... Antonio!

*

E mais uma:

Uma minha prima, hoje já casada e com dois filhos, quando tinha uns doze anos a mãe a chamou para um reservado:

- Hoje eu vou lhe ensinar o que é sexo.

A menina já fez cara feia. E a mãe começou lá pelo princípio com a história da maça.

- Uma vez Adão e Eva estavam no paraíso e...

- Isso eu já sei. Pula.

- O homem tem uma sementinha e...

- Isso eu já sei. Vai mais para a frente.

- Bem, para nascer uma criança é preciso que...

- Pô, mãe, eu sei como é. Pode pular essa parte.

- Bem, a mulher ter um órgão chamado útero...

- Grande novidade, mãe.

- O espermatozoide tem umas substâncias...

- A porra.

- Isso. Escuta aqui, menina. O que é que você não sabe?

- O que é que a senhora ser saber? Pode perguntar, mãe. Pergunta!

*

E tinha um garotinho que era infernal. Brigava todo dia na escola. Um dia, no almoço, o pai, para testar seus conhecimentos bíblicos (ele estudava num colégio de padre), perguntou:

- Meu filho, me diz quem foi que jogou a pedra no Golias.

O garoto desatou a chorar.

- Tá vendo, mãe? Tudo eu. Tudo eu. Juro, pai, juro pelo que é de mais sagrado que eu nem conheço esse menino.

*

E aquela religiosa mãe que pegou o filho e um amiguinho dentro do banheiro fazendo uma troca-troca? Só que, quando ela entrou, o filho queridinho e santo levada uma nítida desvantagem no ato. Mas o pequeno pecador não se abalou:

- Mas mãe, eu comi primeiro!!!

A MÁQUINA DA CANABRAVA POR MÁRIO PRATA

No primeiro dia de aula, a professora de História da Economia, na velha USP da Rua Doutor Vilanova, Alice Canabrava, escreveu no quadro negro o nome de um livro sobre o mercantilismo e disse, seriíssima:

- Na próxima aula (dali a uma semana), prova sobre o livro.

Era o estilo dela, que eu já havia enfrentado no exame oral (é, tinha oral) do vestibular para economia em 1967. Me lembro que ela me perguntou qual era a diferença entre uma nau e uma caravela. Na época, eu sabia.

Mas o mundo é pequeno e trinta anos depois vim a descobrir que a Canabrava era tia da minha amiga escritora-arquiteta Lúcia Carvalho, aquela mesma que já andou por aqui falando de privadas e congêneres. Era tia. Morreu há um mês, já velhinha, aposentada e lúcida. Deixou sua casa - com tudo que tinha lá dentro, incluindo uma genial biblioteca - para a Lúcia.

E a Lúcia acaba de me mandar um e-mail que eu transcrevo na íntegra, sobre uma velha máquina da catedrática tia. Vamos lá.

"Ouve só. A gente esvaziando a casa da tia neste carnaval. Móvel, roupa de cama, louça, quadro, livro. Aquela confusão, quando ouço dois dos meus filhos me chamarem.

- Mãe!

- Faaala.

- A gente achou uma coisa incrível. Se ninguém quiser, pode ficar para a gente? Hein?

- Depende. Que é?

Os dois falavam juntos, animadíssimos.

- Ééé... uma máquina, mãe.

- É só uma máquina meio velha.

- É, mas funciona, está ótima!

Minha filha interrompeu o irmão mais novo, dando uma explicação melhor.

- Deixa que eu falo: é assim, é uma máquina, tipo um... teclado de computador, sabe só o teclado? Só o lugar que escreve?

- Sei.

- Então. Essa máquina tem assim, tipo... uma impressora, ligada nesse teclado, mas assim, ligada direto. Sem fio. Bem, a gente vai, digita, digita...

Ela ia se animando, os olhos brilhando.

- ... e a máquina imprime direto na folha de papel que a gente coloca ali mesmo! É muuuito legal! Direto, na mesma hora, eu juro!

Eu não sabia o que falar. Eu ju-ro que não sabia o que falar diante de uma explicação dessas, de menina de 12 anos, sobre uma máquina de escrever. Era isso mesmo?

- ... entendeu mãe?... zupt, a gente escreve e imprime, a gente até vê a impressão tipo na hora, e não precisa essa coisa chata de entrar no computador, ligar, esperar hóóóras, entrar no word, de escrever olhando na tela, mandar para a impressora, esse monte de máquina, de ter que ter até estabilizador, comprar cartucho caro, de nada, mãe! É muuuito legal, e nem precisa de colocar na tomada! Funciona sem energia e escreve direto na folha da impressora!

- Nossa, filha...

- ... só tem duas coisas: não dá para trocar a fonte nem aumentar a letra, mas não tem problema. Vem, que a gente vai te mostrar. Vem...

Eu parei e olhei, pasma, a máquina velha. Eles davam pulinhos de alegria.

- Mãe. Será que alguém da família vai querer? Hein? Ah, a gente vai ficar torcendo, torcendo para ninguém querer para a gente poder levar lá para casa, isso é o máximo! O máximo!

Bem, enquanto estou aqui, neste 'teclado', estou ouvindo o plec-plec da tal máquina, que, claro, ninguém da família quis, mas que aqui em casa já deu até briga, de tanto que já foi usada. Está no meio da sala de estar, em lugar nobre, rodeada de folhas e folhas de textos 'impressos na hora' por eles. Incrível, eles dizem, plec-plec-plec, muito legal, plec-plec-plec.

Eu e o Zé estamos até pensando em comprar outras, uma para cada filho. Mas, pensa bem se não é incrível mesmo para os dias de hoje: sai direto, do teclado para o papel, e sem tomada!

Céus. Que coisa. Um beijo grande, Lúcia."

É, Lúcia, a nossa querida Alice Canabrava, deve estar descansando em paz e rindo muito. E dê uns beijos nos filhos e agradeça a crônica pronta-pronta, plec-plec-plec, que eu ofereço aos meus leitores. E leitoras.

FILHO É BOM, MAS DURA MUITO

Filho é Bom, Mas Dura Muito

Mário Prata


— Aproveita agora, porque, depois que o seu filho nascer você nunca mais vai ter sossego na vida. Você nunca mais vai dormir.

— Aproveita agora, que ele ainda não tem cólicas noturnas e ainda mama nas horas certas, porque depois a sua vida se transformará num verdadeiro inferno noturno.

— Aproveita agora, que os dentinhos dele não começaram a nascer e, quando isso acontecer não vai ter Nenedent que acalme nem ele nem você.

— Aproveita agora, enquanto ele não engatinha, porque, quando começar a arrasar a casa e a derrubar cadeiras e bibelôs e lustres e a comer jornal, só vai dar dor de cabeça.

— Aproveita agora, antes que ele comece a andar. Aí acaba o sossego. É o perigo de ele bater a cabeça nas quinas das mesas, cair e meter a boca no chão, puxar panela no fogão. É um transtorno, filho andando. Ele correndo pela casa e você atrás.

— Aproveita agora, enquanto ele ainda não está na fase do "Por quê?", porque depois você não vai conseguir ler nem jornal nem livro e nem ver televisão. E vai ter que explicar sempre o inexplicável.

— Aproveita agora, que ele ainda não sabe ler e pedir o que quiser no restaurante. A única vantagem é você não precisar ficar traduzindo os filmes para ele.

— Aproveita agora, enquanto você programa as férias dele e ele ainda não ouviu falar no Disneyworld, porque você vai ter que pegar filas de duas horas e enfrentar montanhas-russas no escuro.

— Aproveita agora, que ele ainda não é tarado por música, porque, quando ele resolver ouvir "música" na sua casa — com ou sem os amigos —, até os vizinhos mais simpáticos irão reclamar. E não pense que ele vai tocar aquelas músicas do seu tempo, não.

— Aproveita agora, que ele ainda não entrou na adolescência. Pois, quando entrar, você nunca mais vai ter sossego, nunca mais vai dormir Não se esqueça da íntima relação entre a palavra adolescência e adoecer. Não ele, mas, sim, você.

— Aproveita agora, que ele ainda não está nem fumando maconha e nem acabando com o seu uísque e aquela cervejinha que você tinha certeza que estava na geladeira te esperando do trabalho.

— Aproveita agora, que ele ainda não está andando em más companhias, porque você vai ter que aturar figuras saídas sabe-se lá de onde, com cabelos, brincos e tatuagens que você jamais poderia imaginar um dia conviver.

— Aproveita agora, que ele ainda não tomou nenhuma bomba e você ainda acha que ele é tudo que você sonhou, porque, quando ele repetir de ano, você fará — para você mesmo — a eterna pergunta: "Meu Deus, onde foi que eu errei?".

— Aproveita agora, que ele ainda não decidiu que faculdade cursar porque a escolha dele não vai nunca coincidir com os planos que você fazia para ele, quando ele ainda engatinhava.

— Aproveita agora, que ele ainda não entrou na faculdade, porque, quando entrar, vai pedir um carro para ele ou usar o seu.

— Aproveita agora, que ele ainda avisa quando vai dormir fora de casa, e você pode dormir sossegado e não pensar em ligações desagradáveis para a polícia, o hospital e, o pior de tudo, para o IML.

— Aproveita agora, que ele ainda não se casou, porque, depois, ele nunca mais vai te visitar a não ser para pedir dinheiro emprestado.

— Aproveita agora, enquanto ele ainda não tem filhos, porque, quando tiver, é você quem vai tomar conta deles nos fins de semana. Seu sossego chegará ao fim, logo agora que você se aposentou.

— Aproveita agora, que ele ainda não se separou da primeira esposa, pois, quando isso acontecer, ele virá morar novamente na sua casa.

— Aproveita agora, que ele ainda te ajuda com um dinheirinho, porque a sua aposentadoria não dá para nada, pois a segunda mulher dele vai ser contra a ajuda.

— Aproveita agora, porque ele está pensando em te colocar num asilo de velhinhos.


P.S. - A frase do título é do Marcelo von Zuben, dentista brasileiro que mora em Portugal, pai do Murilo e da Úrsula.

Texto extraído do livro "100 Crônicas", Cartaz Editorial Ltda. - São Paulo, 1997, pág. 15.

iPHONE 3G POR FERNANDA



Hoje em dia,tem mtos celulares tecnológicos e um deles é o iPhone 3G.
Não entendo o porquê o 3G é nelhor mas sei que ele é mais rápido.
Fico pensando que o iPhone é muito valorizado hoje em dia,mas será que daqui á 3 anos será assim?
Seria um desastre para a empresa que o fabrica e por isso,ela já está pensando e fabricando em modelos mais novos deixando o seu belo e velho iPhone para trás.
Mesmo assim,o iPhone não deixa de ser chick pois,ele tem TV,internet,camera,jogos legais,é touch screen...
Espero que por mais aja celulares mais tecnológicos,ninguém se esqueça que o iPhone é uma das muitas maravilhas tecnológicas.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

MISSÃO NÚMERO DEZ


ESCOLHER UMA CRÔNICA PARA GRAVAR!!!!!!!!!!! UAUAUAUAUAU!!!!!
A MISSÃO DE PARA-CASA É ESCOLHER UMA CRÔNICA PARA GRAVAR...
PODE SER INDIVIDUAL, DUPLA OU TRIO DEPENDENDO DA CRÔNICA ESCOLHIDA, SE FOR UM DIÁLOGO POR EXEMPLO É LEGAL FAZER DE DOIS.

QUERO BEM ENSAIADO PRA FICAR BACANA, CERTO????

BOM TRABALHO!

SARA VILLAS


MARIO E ANTONIO PRATA POR MAIARA

Prata, Mario (1946)


Biografia
Mario Alberto Campos de Morais Prata (Uberaba MG 1946). Autor. Com um humor cáustico e vibrante, baseado na observação de comportamentos e atitudes típicas da jovem classe média, Mario Prata realiza textos marcantes e representativos de sua época, como é o caso de Cordão Umbilical, Fábrica de Chocolate e Besame Bucho. Extremamente conectado à contemporaneidade, Prata não se restringe ao teatro, atuando como escritor, teledramaturgista, cronista e articulista de jornais e revistas, e roteirista de cinema.
Economista não diplomado, Mario Prata estréia no teatro com Cordão Umbilical, em 1970, num espetáculo conduzido por José Rubens Siqueira. Identificado com os padrões da chamada "geração de 69", enfoca o difícil enfrentamento do mundo das pessoas ligadas à contracultura. O crítico Jefferson Del Rios dá boas vindas ao novo autor: "Dono de uma linguagem fluente; viva, carregada de uma vibração que se extravasa em contínuos trocadilhos e achados humorísticos, o autor faz um primeiro ato de risadas, mostrando sua gente, cinco criaturas, quatro adultas e um feto que se manifesta apenas no fim, inesperadamente, dando um tranco violento na platéia... O Cordão Umbilical é explosão de vitalidade, esta densa, ainda imperfeita e entusiasmante vitalidade que se derrama sobre o teatro brasileiro.

MISSÃO NÚMERO NOVE

A missão de hoje é: fazer o perfil de pai e filho. Mário Prata e Antônio Prata, dois escritores pra lá de bacana. Vocês podem colocar fotos, desenhos, os livros publicados, a trajetória dos autores, etc,etc,etc.

mãos-a-obra!!!!

FOTOS




CRÔNICA DE MÁRIO PRATA

Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.

Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.

Angústia é um nó apertado bem no meio do sossego.

Preocupação é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair de seu pensamento.

Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer, mas acha que devia querer outra coisa.

Certeza é quando a idéia cansa de procurar e pára.

Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.

Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que não exista.

Vergonha é um pano preto que você quer para se cobrir naquela hora.

Ansiedade é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer que seja.

Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.

Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar um recado.

Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.

Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração.

Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma.

Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta aos outros.

Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente, mas geralmente não podia.

Lucidez é um acesso de loucura ao contrário.

Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.

Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele.

Paixão é quando, apesar da palavra "perigo", o desejo chega e entra.

Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado.

Não... Amor é um exagero... também não. Um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego?

Talvez porque não tenha sentido, talvez porque não tenha explicação. Esse negócio de amor, não sei explicar...

Crônica de Mário Prata

O TROTE DO TRABALHO POR MATHEUS

em um dia de sol um homem foi trabalhar ,chegando la;
-juselino vai fazer o seu relatório!
-ta bom chefe
-jucelino voce vai ter que trabalhar até mais tarde
- ta bom
-no dia 21 de janeiro o chefe de jucelino falou:
- cade o jucelino?

-ai joao falou:
-nao sei
-mais tarde ligou a irma de jucelino
-oi jucelina, como vai seu irmao?
-ele vai mau
-ah que pena ,o que ele tem?
-ele esta igual a o alejadinho
-como quem?
-o alejadinho
-ah ta ,coitado
no dia 22 de janeiro
-oi chefe
-oi jucelino como vai?
-eu vou bem
-que isso mamãe do ceu me abençoe
-que foi chefe?
-voce nao tinha morrido?
-nao
-porque sua irma me ligou falando que voce morreu
-uai foi ela que morreu ontem
-como assim!?!
-por isso eu faltei ontem
-entao com quem eu falei ontei no telefone?
-nao sei sera a minha irma?
-ai mamaeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee socorrrrrrrrro
-calma chefe foi só um trote
-que susto
-hahahahahahhahahahahahah!

EXPRESSÕES POR MAIARA

As expressões a cada dia se tornam mais usadas.Expressões como: vei,cara,falo, e entre outras.
São expressões que adquirimos ao longo do tempo, como antigamente usava-se expressões como engolir sapo,to frito,prafentex,e entre outras.Hoje usamos expressões que nossos filhos acharam bregas.

TÁ NA MODA OU NÃO TÁ?

ta na molda ou nao ta ?



ta namoda ou nao ta uma bolsa azul comcalça

amarela ou uma sandalia vermelha ?



-ola pauala o que voce acha que combina com o meu

vestido amarelo ?



-nao sei que tal um roxo ?



-ta bom voce tem



- que ?



-uma sandalha roxa



-nao



-entaoporque me deu a opniao de colara sandalha roxa

como vestido amarelo se voce nao tem ?



-esquessce a unica sandalha que eu btenho e amarela



-oks !



-pode ser ?



- logo depois a menina prescisa de uma bolsa

ai eela falapara a amiga voce temuma bolsa para me enprestar ?



-tenho mais tambem e amarela .



-oks ! podeser



-logo tras a bolsa corv de amarelo



- logo na festa .........



-olameninasgostaram do meu novo visual ?



-kkkkkkkk nossa voce esta parescendouma banana de tao

amarela



- ai ela vai endiguinada para o bamnheiro .......



- aia chega o menino mais lindo da festa



-nossa voce ta linda ♥.



-nossa obrigada ♥



- naoliga para as meninasa ..



-elas nao sabe nada de moda



-esse menino era um estilista de moda aia ele



-nossa voce descobriçl um nova moda a moda da da banana

e e c



-

PERFIL MÁRIO E ANTÔNIO PRATA


Mario Alberto Campos de Morais Prata é natural de Uberaba (MG), onde nasceu no dia 11 de fevereiro de 1946. Foi criado em Lins, interior de São Paulo. Com 10 anos de idade já escrevia "numa velha Remington no laboratório de meu pai (...) crônicas horríveis, geralmente pregando a liberdade e duvidando da existência de Deus". Nesse período de sua vida era o redator do jornalzinho de sua classe na escola. Sendo vizinho de frente do jornal A Gazeta de Lins, com 14 anos começou a escrever a coluna social com o pseudônimo de Franco Abbiazzi. Passou, com o tempo, a fazer de tudo no jornal, desde editoriais a reportagens esportivas e artigos de peso. O escritor Sérgio Antunes, seu amigo nessa época, disse que Mário era um molecote de "voz de taquara rachada e aparelho nos dentes ". Além de escrever Mário se dedicava ao tênis e, defendendo o Clube Atlético Linense, acabou sendo o campeão noroestino infantil na década de 60. Lia tudo o que lhe caia nas mãos, em especial as famosas revistas da época "O Cruzeiro" e "Manchete", que traziam em suas páginas os melhores cronistas da época como Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Henrique Pongetti, Rubem Braga, Millôr Fernandes e Stanislaw Ponte Preta, uma vez que em Lins, naquela época, "não chegavam os grandes clássicos", como disse o autor. Daí a forte influência que os citados cronistas tiveram em seu estilo. Aos 16 anos recebe um convite de Roberto Filipelli, que foi depois diretor da Globo em Londres, para fazer com ele o "Jornal do Lar ". Samuel Wainer, vislumbrando seu grande talento, levou-o, nessa época, para escrever no jornal "Última Hora". A partir de então vem obtendo sucesso com inúmeros livros, novelas, peças, roteiros, etc., tendo sido agraciado com diversos prêmios nacionais e internacionais.
Sua estadia em Portugal, onde morou por 2 anos, deu origem a um de seus grandes sucessos no Brasil, o livro Sch
ifaizfavoire — um tipo de dicionário do português falado pelos portugueses. Lá, nesse período, realizou diversos trabalhos para a RTP (Rádio e Televisão Portuguesa). Atualmente mora em São Paulo e diz que gosta de escrever de manhã e "careta", uma herança adquirida nos tempos em que trabalhou no Banco do Brasil.
Escreveu, se
manalmente, na revista "Época" e no jornal "O Estado de São Paulo" por vários anos.
Lucas ferreira

Uma caricatura dele ai o:Mário Prata pai do Antonio Prata que tambem e um escritor novo e se olharem ai um dos favoritos do escritor Alberto Villas.
Agora umas fotos dos livros publicados dos dois(Mário e Antonio Prata!).








Alguns livros são:
Ana G.

MÁRIO PRATA

Mario Alberto Campos de Morais Prata é natural de Uberaba (MG), onde nasceu no dia 11 de fevereiro de 1946. Foi criado em Lins, interior de São Paulo. Com 10 anos de idade já escrevia "numa velha Remington no laboratório de meu pai (...) crônicas horríveis, geralmente pregando a liberdade e duvidando da existência de Deus". Nesse período de sua vida era o redator do jornalzinho de sua classe na escola. Sendo vizinho de frente do jornal A Gazeta de Lins, com 14 anos começou a escrever a coluna social com o pseudônimo de Franco Abbiazzi. Passou, com o tempo, a fazer de tudo no jornal, desde editoriais a reportagens esportivas e artigos de peso. O escritor Sérgio Antunes, seu amigo nessa época, disse que Mário era um molecote de "voz de taquara rachada e aparelho nos dentes ". Além de escrever Mário se dedicava ao tênis e, defendendo o Clube Atlético Linense, acabou sendo o campeão noroestino infantil na década de 60. Lia tudo o que lhe caia nas mãos, em especial as famosas revistas da época "O Cruzeiro" e "Manchete", que traziam em suas páginas os melhores cronistas da época como Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Henrique Pongetti, Rubem Braga, Millôr Fernandes e Stanislaw Ponte Preta, uma vez que em Lins, naquela época, "não chegavam os grandes clássicos", como disse o autor. Daí a forte influência que os citados cronistas tiveram em seu estilo. Aos 16 anos recebe um convite de Roberto Filipelli, que foi depois diretor da Globo em Londres, para fazer com ele o "Jornal do Lar ". Samuel Wainer, vislumbrando seu grande talento, levou-o, nessa época, para escrever no jornal "Última Hora". A partir de então vem obtendo sucesso com inúmeros livros, novelas, peças, roteiros, etc., tendo sido agraciado com diversos prêmios nacionais e internacionais.
Sua estadia em Portugal, onde morou por 2 anos, deu origem a um de seus grandes sucessos no Brasil, o livro Schifaizfavoire — um tipo de dicionário do português falado pelos portugueses. Lá, nesse período, realizou diversos trabalhos para a RTP (Rádio e Televisão Portuguesa). Atualmente mora em São Paulo e diz que gosta de escrever de manhã e "careta", uma herança adquirida nos tempos em que trabalhou no Banco do Brasil.
Escreveu, semanalmente, na revista "Época" e no jornal "O Estado de São Paulo" por vários anos.

SAPATOS POR LARISSA







Os clássicos de verão para os pés são, com certeza, as sandálias. Estão presentes em todas as temporadas de primavera verão, por se tratarem de calçados arejados, que possibilitam a respiração dos pés nos dias quentes. Na primavera verão 2009 2010, elas vêm com formatos interessantes. As de salto extremamente alto aparecem com plataformas na parte da frente, para auxiliar no equilíbrio e proporcionar um pouco mais de conforto. São bem adornadas com diversos tipo de enfeites e detalhes preciosos. No entanto, as mais baixas também têm sua vez. As gladiadoras, que já vêm com força desde a última temporada de verão, continuam em 2010. Outro modelo que chega com tudo na estação, são as com aparência de bota, chamadas cut-out boots. Elas combinam a cobertura das botas com o arejamento das sandálias. Podem ter aberturas nos dedos ou nos calcanhares e vêm ganhando já uma certa popularidade.

COR-DE-ROSA POR PATRÍCIA

A cor cor-de-rosa principalmente simboliza amor e beleza. Tende a trazer calma e suavidade.
Também pode ser sinónimo de elegância e é, anualmente, a cor da moda, tanto que se torna fácil encontrar exemplos tendo essa cor como base.

O mais interessante é que usando o rosa para transmitir elegância conseguimos um efeito atraente e descontraído, diferente do conceito sério e sóbrio que normalmente temos desse estilo.

O curioso é que ele não tem sido usado somente para transportar conotações femininas. É comum encontrá-lo transmitindo descontracção ou criatividade em um produto ou informação.
Ele se torna muito atraente quando usado com cinza, por isso é uma das combinações mais comuns

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

ALL ♥ STAR POR ANA GABRIELA

Hoje todos tem um All Star principalmente em minha escola as meninas e os meninos no mundo todo tem. Tem modelos cores e decorações tudo diferente, mas ele sempre esteve na moda o All Star esse tenis lindo, na minha escola a metade dos alunos usam.Os modelos variam não que nao estejam repetidos o meu mesmo uma três meninas devem ter só do 2º ciclo.Agora lançaram ums sem cadaço,com elastico e velcro mas ainda o mais bonito na minha opiniao são os de cadaço.Mas acredito que TODO MUNDO teve ou sonha ter um All Star o tenis da minha e da sua cara!

domingo, 8 de novembro de 2009

TIPO ASSIM POR SARA

A menina nunca foi muito afoita com a rua. Nunca foi dessas crianças que só de ouvir um barulho de chave começa a calçar os sapatos tal qual um cachorrinho pavloviano. Não, sempre preferira ficar em casa a acompanhar a mãe ao sacolão, farmácia ou até mesmo shopping center. Nem com a sedução de uma possível roupa. Ah sim, a única coisa que ela não resistia era a promessa de um doce.
Aquele dia, eu voltava da locadora sozinha, noite, dia de semana, um trânsito além do esperado, e um bocado de tempo no carro a refletir sobre la vie. Ela não tinha querido ir comigo e a justificativa dada para isso foi:

“Tipo assim mãe, eu não to com vontade de ir, você quer que eu faça uma coisa contra minha vontade?”

É a geração do “tipo assim”, uma geração que confunde desejo com direito, que tem argumento para tudo, se não tem inventa, tipo assim, entende?

CRÔNICAS QUE LEMOS DO ALBERTO VILLAS

No nosso GTD lemos nove crônicas do Alberto Villas que foram:

LIVRO Admirável Mundo Velho:

* Ela é muito prafrentex
* Achei o filme um abacaxi!
* Quantas notas vermelhas você tirou?
* Tô frito!

LIVRO O Mundo Acabou:

* Taioba
* Camisa volta ao mundo
* Tênis Bamba
* Bombril na antena
* Bonequinhas para recortar e vestir

FOTOS FOTOS FOTOS!!!





LIVROS NA INTERNET

Vocês sabiam que tem muitos livros que estão disponíveis na internet na íntegra... pois é... isso já deu "Muito pano pra manga" no sentido de direitors autorais, mas... se for ara o bem, leiam, leiam, leiam!
O livro do Alberto Villas Admirável Mundo velho e O mundo Acabou podem ser lidos inteiramente na internet pelos endereços books.google.com.br/books?isbn=8525046450 e http://books.google.com.br/books?id=cwlFhVkk_HAC&printsec=frontcover&dq=O+mundo+acabou#v=onepage&q=&f=false
APROVEITEM!!!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

AS RESPOSTAS DA ENTREVISTA!!!!!

O ALBERTO VILLAS RESPONDEU, VEJAM SÓ QUE BACANA!!!!

1. O que escrever significa para sua vida?

Tudo. Escrever para mim é um grande prazer, chega a ser um vício. Escrevo sempre alguma coisa todos os dias. Absolutamente todos os dias. Isso religiosamente desde o dia primeiro de janeiro de 1975. Façam as contas.

2. Você tem prazer em escrever? Escrever para você é um lazer?

É uma mistura de prazer com lazer com trabalho. Acho ótimo escrever, me divertir, sofrer um pouco, e ver o resultado.

3. Sobre qual assunto você mais gosta de escrever?

Sobre a transformação que minha geração viu o mundo passar. Minha geração viu nascer o celular, o computador, a tv em cores, o carro à álcool, o fax, o cartão de crédito, a caixa eletrônica, o Ipod...

4. Por que vc usa tantos termos antigos em seus textos?

Para que eles não caiam no esquecimento. Acho que com os meus livros estou reunindo histórias da vida como ela foi. As pessoas se divertem muito com essas histórias pelo que sinto.

5. Por que vc escreve livros relativamente ligados ao passado? Seu passado é marcante para vc?Qual o marco para você, que iniciou sua carreira de cronista?

Eu estou lendo um livro sobre a vida do Walt Disney. Lá o escritor conta que ele viveu apenas os dez primeiros anos de sua vida numa cidadezinha americana e passou a vida inteira contando casos dessa cidadezinha, de quando ele era pequeno. Comigo acontece o mesmo. Os anos que mais lembro da minha vida são os primeiros anos que passei em Belo Horizonte. O marco mesmo da minha carreira de cronista foi o dia em que vi o meu primeiro livro - O Mundo Acabou! - impresso.

6. Para ser um escritor tem que gostar de ler e ser bem articulado.Você sempre foi assim?

Sim, a leitura é um hábito. A partir do momento que a gente começa a ler e gostar não paramos mais. Nada nesse mundo ajuda mais as pessoas a ter uma vida bacana que a leitura. Ler é viajar, é aprender, é o máximo.

7. Desde quando você escreve?

Desde o dia em que aprendi a ler, com sete anos. Naquela época as pessoas só começavam a ir na escola com sete anos.

8. Se sua verdadeira paixão é escrever crônicas porque se formou em ser jornalista? O que te inspirou a ser escritor?

Porque jornalismo é uma carreira que faz a gente escrever e ler muito. Então eu juntei a fome com a vontade de comer.

9. As suas crônicas são baseadas em fatos que já aconteceram? Qual é a relação entre ficção e realidade nas suas crônicas?

O escritor Manoel de Barros costuma dizer que ele escreve memórias inventadas. Adoro esse termo. Muitas vezes a partir de um pequeno fato que aconteceu na nossa vida a gente pode contar uma grande história. Não inventando mas recheando um pouco, dando asas à imaginação.

10. Em que/quem você se inspira para fazer as suas crônicas?

Na vida, no dia-a-dia, observando o que as pessoas fazem e falam. Adoro andar na rua. Não sei e nunca quis dirigir automóvel. Acho que isso me ajuda muito a ver a vida de perto, na calçada.

11. "Ela é muito prafentex" foi inspirado em quem?

Nas meninas avançadinhas da minha juventude. Bastava uma namorar um, depois namorar outro que era considerada prafrentex...

12. Quais são os seus cronistas favoritos?

Sem dúvida, o que mais gosto é o Antônio Prata. Ele tem uma coluna semanal no jornal O Estado de S.Paulo e outra na revista Runners. Não sei se ainda escreve na Capricho. Escrevia também na Capricho. Gosto do Joaquim Ferreira dos Santos, do Arthur Xexeo e do Luis Fernando Veríssimo que escrevem no Globo. Dos antigos, que já foram. adoro Paulo Mendes Campos, Rubem Braga, Fernando Sabino, Otto Lara Rezende, Antônio Maria.

13. Qual é o seu momento em que está mais concentrado para começar a escrever uma crônica?

A partir de 7 horas da manhã quando o silêncio é total na minha casa.

14. Quando você começou a escrever crônicas você imaginou que iria fazer tanto sucesso?

Não. Não tinha a menor idéia se as pessoas iriam ou não gostar das minhas histórias.

15. Dentre os livros que escreveu qual é o seu preferido, porque?

Todos, cada um com sua particularidade. Ultimamente estou gostando muito do que estou escrevendo e que vai se chamar Onde foi parar o nosso tempo? Nele questiono onde foi parar o tempo que ganhamos com a tecnologia e a modernidade do mundo.

16. Qual dos seus livros fez o maior sucesso entre os leitores?

O Mundo Acabou! que já vendeu 40 mil exemplares num país que a tiragem é de 3 mil. Admirável Mundo Velho! já vendeu 14 mil.

17. Não quero ser cronista mas tenho vontade de que uma das minhas crônicas seja famosa"igual" as suas, o que eu faço?

Ler, ler e ler. E escrever. Inventar uma linguagem para suas histórias, não tentar imitar ninguém.

18. Que profissão você mais gosta: ser um jornalista ou um cronista?

Gosto de ser jornalista e escritor ao mesmo tempo. Uma coisa casa com a outra.

19. Por que quando seus filhos nasceram você fez um diário contando passo-a-passo sobre a vida e os momentos importantes e ruins de cada um deles ?

Eu sempre quis saber o que estava acontecendo na minha casa, no Brasil, no mundo, quando eu nasci. Quando eu fiz um ano, dois, cinco, dez... Então achei que poderia dar esse presente aos meus filhos. Acho muito legal ter esse registro que começou como uma brincadeira e acabou virando um diário da vida privada de uma família de classe média.

20. Quando vocês se mudaram da França você já escrevia crônicas?

Escrevia reportagens e gostava de escrever contos, ficção. Quando percebi que as histórias que vi e vivi eram mais interessantes e engraçadas que as que eu imaginava, inventava, achei melhor contar os meus casos.

O MUNDO VIRTUAL DA IMAGINÇÃO INFANTIL POR LUCAS

Um garoto que ganhou um playstation3 não queria ir a aula e disse ao pai que estava gripado pois no bilhete da escola dizia que quem estivece gripado nao poderia ir a aula.
Os dois ficaram argumentando tanto tempo que o ônibus escolar do menino acabou passando.E o pai disse o que um videogame nao faz com uma criança vinte minutos depois o videogame caiu e se quebrou em seguida o pai disse:
-Nao se fazem mais mais brinquedos como antigamente.
O menino que nao era bobo pediu outro.Mas o pai nao deu pois ele era muito irresponsavel e iria quebrar outra vez.Entao disse a ele que iria o dar uma roupa para ir para a escola completo camisa cauça e short, a camisa seria da marca volta ao mundo o tênis seria "tenis bamba" e para completar um bonequinho Esso,para a irmã uma boneca de vestir e recortar.
-Pai mas isso é coisa do passado,agora a moda é MP5.
-Mas isso nao e tao divertido quanto jogar futebol,brincar de piao e etc.
-SEILA!!!!SEILAA!!
-Naõ me irrite!
-É pena que eu nunca gostei de tanta virtualidade.
POSTADO POR:Lucas
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PERGUNTAS ENTREVISTA ALBERTO VILLAS - SELEÇÃO DE TODA TURMA

Olá Alberto Villas, é com grande prazer que convidamos você a participar do nosso blog. Estudamos no Centro Pedagógico da UFMG e esse semestre estamos fazendo um GTD sobre crônicas. Ja estudamos o Luis Fernando Veríssimo, o Luis Vilela e agora VOCÊ! Esperamos que goste e nos ajude a entender melhor esse universo das letras...
  1. O que escrever significa para sua vida?
  2. Você tem prazer em escrever? Escrever para você é um lazer?
  3. Sobre qual assunto você mais gosta de escrever?
  4. Por que vc usa tantos termos antigos em seus textos?
  5. Por que vc escreve livros relativamente ligados ao passado? Seu passado é marcante para vc?Qual o marco para você, que iniciou sua carreira de cronista?
  6. Para ser um escritor tem que gostar de ler e ser bem articulado.Você sempre foi assim?
  7. Desde quando você escreve?
  8. Se sua verdadeira paixão é escrever crônicas porque se formou em ser jornalista? O que te inspirou a ser escritor?
  9. As suas crônicas são baseadas em fatos que já aconteceram? Qual é a relação entre ficção e realidade nas suas crônicas?
  10. Em que/quem você se inspira para fazer as suas crônicas?
  11. "Ela é muito prafentex" foi inspirado em quem?
  12. Quais são os seus cronistas favoritos?
  13. Qual é o seu momento em que está mais concentrado para começar a escrever uma crônica?
  14. Quando você começou a escrever crônicas você imaginou que iria fazer tanto sucesso?
  15. Dentre os livros que escreveu qual é o seu preferido, porque?
  16. Qual dos seus livros fez o maior sucesso entre os leitores?
  17. Não quero ser cronista mas tenho vontade de que uma das minhas crônicas seja famosa"igual" as suas, o que eu faço?
  18. Que profissão você mais gosta: ser um jornalista ou um cronista?
  19. Por que quando seus filhos nasceram você fez um diário contando passo-a-passo sobre a vida e os momentos importantes e ruins de cada um deles ?
  20. Quando voces se mudaram da França você ja escrevia crônicas?

MISSÃO NÚMERO OITO

Então pessoal, a próxima missão de vocês é a seguinte: cada um irá escrever uma crônica INSPIRADO no tipo de crônica do Alberto Villas, só que adaptada ao presente.
Então, faremos o seguinte: você deverá escolher ou um produto ou uma expressão (ou os dois) que seja a cara da sua geração, que expresse os seus sentimentos, o seu jeito de ser, o seu cotidiano, algo ATUAL e deve fazer uma crônica/ uma historinha utilizando essa expressão ou esse produto... assim como o Alberto Villas fez com as coisas do passado, certo? Só que com a sua cara é lógico!

Mãos-à-obra, muita criatividade e cuidado com os erros de português.

Sara Villas

PERFIL ALBERTO VILLAS POR MAIARA

Alberto Villas é um escritor de crônicas muito criativo e inteligente.
Publicou já quatro livros e pretende publicar o quinto. Muito atencioso com os filhos, escrevia diários relatando a infância. Uma das filhas, chamada Sara Villas, é minha professora de história.

PERGUNTAS ALBERTO VILLAS POR PATRÍCIA

1) Por que quando seus filhos nasceram você fez um diário contando passo-a-passo sobre a vida e os momentos importantes e ruins de cada um deles ?
2) Qual foi a ideia de fazer um diário para cada um de seus filhos?
3) Se sua verdadeira paixão é escrever crônicas porque se formou em ser jornalista?

ENTREVISTA ALBERTO VILLAS POR PEDRO ANJO

1) Você tem prazer em escrever?
2) Do que mais gosta de escrever?
3) Qual dos seus livros fez o maior sucesso entre os leitores?

PERGUNTAS ALBERTO VILLAS POR ANA GABRIELA

1) Escrever para você é um lazer?
2) Qual o marco para você, que iniciou sua carreira de cronista?
3) Desde quando você escreve?

PERGUNTAS ALBERTO VILLAS POR MAIARA

1-O que te inspirou a ser escritor?

2-Por que vc usa termos antigos em seus textos?

3-Por que vc escreve livros relativamente ligados ao passado? Seu passado é marcante para vc?

4-Você se orgulha e gosta de sua profissão?

5-Para ser um escritor tem que gostar de ler e ser bem articulado.Você sempre foi assim?

PERGUNTAS ALBERTO VILLAS POR MATHEUS

1-COMO FOI QUE VOCÊ SE INSPIROU PARA FAZER CRÔNICAS?
2-QUAL É A CRÔNICA QUE VOCÊ MAIS DEMOROU PARA FAZER?
3-PORQUE VOCE QUIS SER ESCRITOR?

PERGUNTAS ALBERTO VILLAS POR FERNANDA

1) Como foi escrever sua 1ª crônica e quem o inspirou, tipo, você teve influência de alguém de sua família?
2) Quando você escreveu o seu 1° livro imaginou que faria sucesso?
3)"Ela é muito prafentex" foi inspirado em quem?
4) Não quero ser cronista mas tenho vontade de que uma das minhas crônicas seja famosa"igual" as suas, o que eu faço?

PERGUNTAS ALBERTO VILLAS POR ANA LUIZA

1) Qual é o seu momento em que esta mais concentrado
para começar a escrever uma crônica?

2) Quando você começou a ter essa ideia de construir
crônicas?

3) Quais foram as pessoas que você inspirou nas suas crônicas ?

4) Quando você começou a escrever crônicas você imaginou que
iria fazer tanto sucesso?

5) Porque você quis ser crônista ?


PERGUNTAS ALBERTO VILLAS POR LARISSA

1) Como você decidiu ser um cronista já que você se formou para ser um jornalista?
2) O que te chamou a atenção em ser um cronista?
3) Que profissão você mais gosta: ser um jornalista ou um cronista?

PERGUNTAS ALBERTO VILLAS POR JULIA

1) O que escrever significa para sua vida?
2) Existe algum momento do seu dia que tem mais inspiração?
3) Alguma pessoa a parte te inspirou a fazer uma ótima crônica?
4) Em que momento da sua vida começou a se interessar pela vida de escritor?

PERGUNTAS ALBERTO VILLAS POR : JENNIFER

- Porque você escolheu essa profissão ?
-Como se sente fazendo crônicas ?
-Qual sua inspiraçao para fazer crônicas ?

PERGUNTAS DO ALBERTO VILLAS POR LUCAS

1-De onde onde consegue inspiração para escrever crônicas?
2-As crônicas que escreve sao fatos que ja aconteceram?
3-Quando voces se mudaram da França você ja escrevia crônicas?
postado por Lucas

domingo, 1 de novembro de 2009

LIVROS ALBERTO VILLAS




O escritor Alberto Villas já publicou 4 livros e está prestes a concluir o quinto.
Suas obras são:
O mundo Acabou (2006)
Afinal, o que viemos fazer em Paris? (2007)
Carmo (2008)
Admirável mundo velho (2009)

MISSÃO NÚMERO SETE

OLÁ PESSOAL,
APROVEITEM O FERIADO PARA FAZER O PARA-CASA DE GTD....HEHE

A MISSÃO PARA ESSA SEMANA É: ELABORAR UMA PERGUNTA BEM CRIATIVA E INTERESSANTE PARA O ESCRITOR E JORNALISTA ALBERTO VILLAS - O NOSSO AUTOR DESSA SEMANA!

APROVEITEM A OPORTUNIDADE DE PODER "DIALOGAR" COM UM ESCRITOR...

MÃOS-À-OBRA!

SARA VILLAS

ILUSTRE PASSAGEIRO

Ilustre Passageiro
- Senhores passageiros do vôo 3919, das 13 horas, com destino a São Paulo, embarque imediato no portão 5.
Eu que estava ali entretido com a leitura da revista Margem Esquerda, mergulhado no artigo de Ricardo Antunes sobre a lógica destrutiva na era do extremo irracionalismo, fechei rapidamente a publicação de estudos marxistas, e me dirigi ao tal portão 5 do aeroporto Santos Dumont. O sol temperado de maio deixava o céu da cidade maravilhosa ainda mais azul e radiante.
Já dentro do avião, devidamente instalado na poltrona 9-D, voltei à leitura da Margem Esquerda. De repente, fui surpreendido por uma voz nada familiar.
- Excuse-me!
Era o escritor anglo-indiano Salman Rushdie, em carne e osso, ao vivo e em cores. Durante alguns segundos, custei a acreditar.
Desde 1989, quando o regime fundamentalista do Irã decretou a morte do autor dos Versos Satânicos, venho acompanhando a vida de Rushdie. Durante muitos e muitos anos segui de longe a agonia de um ser humano marcado para morrer. Como poderia alguém viver refugiado num canto qualquer de Londres, sem poder colocar o nariz para fora de casa? Ficava pensando com os meus botões como era o dia-a-dia daquele homem enorme, envelhecido pelo tempo, com seus olhos de peixe morto, marca registrada dos indianos.
Como poderia alguém viver em Londres sem ir na lojinha de um conterrâneo todas as tardes para comprar uns saquinhos de chá preto Twinings do Ceilão? Como poderia alguém viver sem sair debaixo da garoa da manhã para comprar o elegante The Independent? Sem poder, aos sábados, dar uma chegada ao Museu de História Natural, ou fazer coisas banais como sentar no Holland Park para ler a Time Out comendo Kit-Kat? Rushdie não pôde fazer nada disso durante nove anos.
Depois dos Versos Satânicos, vieram outros. ?????, O Último Suspiro do Mouro, O Chão que ela Pisa, Haroun e o Mar de Histórias. O mais recente, Fúria, li logo após os atentados de 11 de setembro. Durante dias esperei aflito a chegada de Furie na Fnac francesa. O livro veio pelo correio e me deixou impressionado aquela capa concebida antes dos aviões explodirem nas torres gêmeas.
Há cinco anos fiquei um pouco mais aliviado com a reportagem que li na revista EP Semanal, a revista dominical do El Pais. Numa longa entrevista, Salman Rushdie contava que, aos poucos, estava voltando a ter uma vida normal. Uma foto feita no centro de Madri, mostrava um homem despreocupado, sem o temor de uma bomba cair sobre sua cabeça a qualquer momento.
Nas páginas amarelas da semana passada, Rushdie me deixou ainda mais tranqüilo ao afirmar que voltou a vida como ela é. Ele contou a Veja que toma o metrô, vai ao mercado e viaja de avião como qualquer pessoa. E hoje, assim de repente, aquele escritor estava ali sentado a meu lado, anônimo, como uma pessoa qualquer.
Salman Rushdie trajava calça e paletó pretos, seguramente casimira inglesa. Uma camisa azul anil muito bem passada, sapatos engraxados e meias também pretas. Segurava uma sacolinha branca, provavelmente um presentinho para alguém. Um celular prateado de última geração, devidamente desligado, já que o avião iria decolar.
Durante os 45 minutos de vôo, ele ficou com os olhos colados na janelinha do avião, olhando nossa paisagem. Não aceitou comer o sanduíche de abobrinha grelhada, o Chocobiz, nem mesmo pensou em experimentar o nosso guaraná, apesar da insistência da aeromoça Danilly. Ele parecia maravilhado com nossos verdes campos. Salman Rushdie não se assustou nem mesmo quando o avião fez aquele vôo rasante sobre os arranha-céus de São Paulo.
Durante os 45 minutos fiquei ali pensando que aquele homem ali sentado ao meu lado foi um alvo dos extremistas e que poderia morrer a qualquer momento. Torci para que nada acontecesse naquele vôo. Cheguei mesmo a imaginar as manchetes dos jornais do dia seguinte.
AVIÃO DA TAM EXPLODE NO AR COM O ESCRITOR SALMAN RUSHDIEPOLÍCIA SUSPEITA QUE TERROR EXPLODIU AVIÃO QUE MATOU SALMAN RUSHDIESALMAN RUSHIE MORRE EM ACIMENTE AÉREO. TERROR ATACA: SALMAN RUSHDIE MORRE EM ACIDENTE AÉREOEXTREMISTAS MATAM SALMAN RUSHDIE
Quando o comandante avisou que em poucos minutos pousaríamos no aeroporto de Congonhas, peguei o exemplar de O Globo que lia, retirei a caneta do bolso e fiz o que nunca havia feito na vida. Pedi um autógrafo! Sorte minha que o cartum de Chico Caruso naquela segunda-feira mostrava, na primeira página do jornal, o escritor numa fila, pedindo autógrafo para o leitor (foto). Salman Rushdie gostou da charge, soltou um sorriso amarelo e se preparou para desembarcar. Desceu do avião e, em poucos, estava misturado à população dessa cidade louca, mas que, certamente, não irá assassiná-lo.

Ass:Fernandinha

CALOR

CALOR

Calor, muito calor ainda — o sol batendo na parede do quarto —, mas ele agora sentia-se melhor.

— Você aqui é como uma brisa...

Ela sorriu, alegre e bonitinha nos seus quinze anos.

— Mais cedo eu tive a visita de uma amiga — ele contou, a cama com a cabeceira erguida: — mas ela é tão feia, tão feia que o meu quadro de saúde até piorou.

Ela riu.

— Quem, tio?...

— Não, isso eu não posso te contar — Por quê?

— Você conta pros outros...

— Juro que eu não conto.

— Só posso te contar isso: que ela é tão feia, que eu quase piorei; quase tive de tomar uma injeção.

Ela deu uma risada.

— Pois é — ele disse; — é isso. Eu estava assim. Mas a. você chegou, e aí eu melhorei; agora eu estou bem...

Sentada numa das três cadeiras do quarto, ela, de shortinho, cruzou as pernas; depois jogou para trás os longos e lisos cabelos castanhos.

— Eu queria vir ontem à tarde — ela disse; — mas a minha professora de inglês trocou o horário, e aí...

— Foi melhor — ele disse, — melhor você ter vindo hoje: ontem eu estava ruim, estava sentindo muita dor ainda.

— Mas a operação correu bem...

— Correu; correu tudo bem, felizmente.

— E o corte, foi grande?

— O corte? Uns... Alguns centímetros. Você quer ver? Você está pensando em ser médica...

— É, eu estou pensando...

Ela se levantou e se aproximou da cama.

Ele, de peito nu, afastou o lençol; depois empurrou um pouco a cueca e...

— Ôp! — cobriu rápido; — o passarinho querendo fugir...

Ela riu.

— Aqui — ele mostrou: — o corte vai daqui ate aqui...

Ela ficou olhando — as tiras de esparadrapo sobre a gaze, a pele vermelha de merthiolate.

— É grande, não é? — ele disse.

Ela balançou a cabeça, concordando

Voltou então a sentar—se.

Os dois calados. Uma tosse de velho lá no fim do corredor.

— Fui te mostrar uma coisa — ele disse, — e você acabou vendo outra...

— Eu? — ela disse. — Eu não vi nada.

— Não?...

— Você cobriu!

— Ah...

— Por que você cobriu?

— Por quê?...

Ela riu:

— Estou brincando, hem tio? Não vai achar que eu...

— Bom — ele disse: — se você quer ver de novo...

— Eu não! — ela disse, olhando assustada para o corredor.

— Não?...

— Não.

— Por quê?

— Por quê?...

Ela riu, mas não respondeu.

— Hum?

— Pra você depois contar pros seus amigos, né?...

— Contar pros meus amigos?...

— Claro — ela disse. — Lá no bar, lá na sua rodinha, depois de tomar umas tantas, você vai dizer: "Sabem aquela minha sobrinha, a Daniela?...”

— Não, não vou falar isso não; não vou falar pra ninguém.

— Sei...

— Palavra de honra.

— Acredito muito...

— Eu prometo. Só nós dois saberemos. Será um segredo nosso: até a morte.

— Hum... Muito bonito...

— Juro. Pode acreditar em mim.

— Você não quis acreditar em mim...

— Eu?

— Agora há pouco.

— Mas aquilo era uma coisa à toa.

— E isso?

— Isso? Bom, isso...

— Hum; o que é isso?

— Eu acho que isso é uma coisa bonita, uma coisa entre um homem e uma mulher; entre um adulto e uma jovem; uma coisa entre um tio e uma sobrinha que se querem.

— Eu, pelo menos...

— Eu também, Daniela; eu também te quero; quero muito, você pode ter certeza.

— Você é o meu tio mais legal, o único de cabeça aberta, o mico com quem dá pra conversar.

— Obrigado...

— Se fossem os outros... Se fossem os outros, eu nem tinha vindo aqui.

— É?

— Tio Breno, por exemplo: Tio Breno mal me cumprimenta; como se eu não existisse. Tio Jerônimo de vez em quando ainda dá umas prosas, mas eu acho que a única coisa no mundo que interessa para ele é boi; ele só fala em boi, e agora na falta de chuva: que se não chover dentro de poucos dias, ele vai perder não sei quantas cabeças de gado e que... Ele só fala nisso. Eu acho que ele nem dorme, pensando nos bois dele...

Ele riu.

— Já a Tia Zilda... Tia Zilda é aquela fera. Ela vive no meu pé. Agora ela deu pra implicar com os meus shortinhos: "Por que essa menina não anda pelada de uma vez?..."

— Ótimo .

— Ótimo?... — ela riu. — Quê que é ótimo?...

— A Zilda falar assim.

— Ah...

— Agora, você andar pelada... Sinceramente: se de shortinho já é isso que a gente vê, pelada...

— Tio...

Ele riu.

— Você está com febre?... — ela perguntou.

— Não...

— Então é o calor.

— Quem sabe?

— Eu nunca te vi assim...

Uma enfermeira passou, em direção ao fundo, e deu uma olhada para dentro do quarto.

A tosse do velho. Um bebê chorando. Vozes. De novo o silêncio.

— Bom, mas então. — ele disse; — quer dizer que você não quer mesmo...

— O quê?

— Ver; ver de novo...

— Não.

— Então tá; fim de papo...

Ela curvou—se para amarrar melhor o cadarço. Depois ergueu o pé, mostrando para ele:

— Que tal? Gostou do meu tênis?

— Gostei. E você, gostou do meu pênis?

— Tio!... — ela disse, se levantando e pondo a mão na boca.

— É só pra fazer um trocadilho...

— Você hoje está impossível, hem?

— Eu não ia perder a oportunidade de fazer esse trocadilho...

— Você hoje... você está precisando de umas palmadas, viu?

— Dá, dá as palmadas; suas palmadas seriam como... seriam como uma chuva de plumas em meu corpo.

— Uai: você agora virou poeta?

Ele riu.

— Você hoje está um perigo...

— Eu?... Que perigo pode ter um homem preso numa cama de hospital?...

— Hum... Muito perigo!...

Ele tornou a rir.

— Você... — ela disse, se abanando com as mãos, os seios saltitando soltos sob a blusa.

A enfermeira passou de volta, sem olhar para o quarto.

— Bom, mas então... — ele disse; — quer dizer que o nosso assunto está mesmo encerrado...

— Que assunto?

— O nosso assunto...

— Está.

— Encerrado?...

— Está.

— Definitivamente?...

— Definitivamente.

— É... — ele disse; — é uma pena...

— Pois é...

Ela então andou devagar até a cama, encostando-se na beirada — as coxas bronzeadas de sol.

Passou a mão de leve no braço dele:

— Tio Leo, Tio Leo...

— O quê

— Não acredite em tudo que eu falo, tá?...

— Não?...

Ela negou com a cabeça.

— Quer dizer que...

Ela sacudiu a cabeça.

— Ótimo... — ele disse.

Olhou pela porta aberta, em direção ao corredor; ela também olhou.

Então ele encolheu as pernas, fazendo com elas uma parede: afastou o lençol, e depois...

— Nossa! — ela disse. — Tio!...

— Pega.

— Pode?...

— Você me daria a maior felicidade.

— Mesmo?...

— Eu seria o homem mais feliz do mundo.

Ela olhou para o corredor

— Está com medo? — ele perguntou.

— Não; eu...

— Pega.

Ela parada.

— Você não quer?

— Quero, mas...

De repente ela puxou o lençol sobre ele.

— Quê que foi?...

— Nada — ela disse, nervosa; — eu que... Desculpe, tio...

— Tudo bem...

Ela foi até a janela e ficou, meio de costas, olhando para baixo.

Da rua, quase sem barulho, veio a buzina de um picolezeiro.

Ela deu um suspiro fundo:

— Tem dia que eu tenho vontade de morrer...

— Por quê?

— Viver é complicado demais...

— É assim mesmo — ele disse.

Ela tornou a sentar-se, as mãos apoiadas nas coxas, o olhar fixo no chão e os cabelos quase cobrindo o rosto.

— Acho que eu já vou...

— Embora?

— É...

— Por quê?

— Eu preciso...

— Fica mais.

— Não posso...

— Fica...

Ela olhou para ele — e de novo para o chão:

— Eu não vou fazer mais nada — disse, com languidez;se é isso...

— Não, não é isso.

— Acho que a gente não devia ter feito o que a gente fez...

— A gente não fez nada!

— Não sei quê que me deu na hora... Às vezes acho que eu não bato bem...

Ele ficou em silêncio.

— Eu...

— Está bem, Daniela — ele disse, ajeitando-se um pouco na cama e depois puxando o lençol até o peito.

— Eu sou uma criança ainda, tio...

Ele sacudiu a cabeça.

— Meu corpo pode não ser mais de criança, mas eu ainda sou uma criança, entende? Eu sou muito inexperiente; eu não sei nada da vida, nada...

— Esqueça o que houve; você esquece, e eu também esqueço. Tá?

— Eu sou uma menina bem-comportada; eu não sou como algumas amigas minhas, algumas que já vão até em motel e...

Ela se calou.

O sol já sumira do quarto, e o calor diminuíra; em breve começaria o crepúsculo.

Ela se levantou:

— Eu já vou: às vezes amanhã, depois da aula, eu dou uma passadinha aqui.

— É melhor você não passar.

— É? — o espanto no rosto. — Então eu não passo.

— Eu acho que...

— Tiau — ela disse, e saiu do quarto.

Ele ficou algum tempo olhando para o corredor.

Depois, estirou as pernas — devagar, para não doer —, estendeu os braços ao longo do tronco e respirou fundo:

— Merda — disse.

Fechou então os olhos, para dormir um pouco. Mas, de súbito, quase num susto, abriu-os: ela estava ao pé da cama, olhando para ele — os olhos vermelhos.

— O que houve?...

— Eu voltei.

— Eu estou vendo.

— Você foi muito rude.

— Rude?...

— Você me magoou muito.

— Eu?..

— Eu vim aqui te fazer uma visita...

Uma lágrima deslizou pelo rosto.

— Eu vim aqui pra...

Limpou com o dedo outra lágrima.

— Eu sei, Daniela, eu compreendo; eu gostei muito de você ter vindo.

— Gostou... Gostou, mas...

— Sabe?... Eu vou te dizer: essa cirurgia, as dores, as injeções, o soro, ficar o dia inteiro nessa cama sem poder mexer direito e, ainda por cima, nesse calor horroroso, tudo isso perturba muito a gente, Daniela...

Ela escutando.

— Tudo isso faz com que... E então... Sabe? É horrível, principalmente passar horas inteiras sozinho nesse quarto, olhando para essas paredes brancas; isso é o pior de tudo. E era por isso que eu queria que você ficasse mais; era por isso...

— Eu fico — ela disse.

— Fica?... Você fica mais?...

Ela balançou a cabeça.

— Que bom...

— Mas tem uma condição — ela disse

— Eu já te falei que é pra esquecer isso, não falei?

— Não, minha condição não é essa...

— Não? Qual que é a condição?

Ela fez uma cara de mistério; deu meia-volta, andou até a porta e afastou com o pé a trava no chão; depois fechou a porta e girou a chave.

Então voltou-se: olhou para ele e sorriu.

— Sabe — ele disse. — Sabe de uma coisa? Você é uma menina surpreendente.

— E bem-comportada; esqueceu?...